segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Introdução ao Efeito Chicote na Cadeia de Abastecimento

O conceito de efeito chicote parte do princípio de que a cadeia de suprimentos não é estável por natureza. A cadeia de suprimentos sofre constantes variações de acordo com as mudanças provocadas pela demanda do consumidor, conforme cada empresa na cadeia procura solucionar seus problemas de gestão de estoques, o que acarreta no aumento dos custos e redução do nível de serviços.



Como demonstrado pelo gráfico acima, a medida que avançamos na cadeia, a demanda por parte do consumidor provoca aumento na colocação de pedidos sempre com base nas informações do elo anterior da cadeia. O efeito, por sua vez, age na contramão do aumento no fluxo de pedidos tentando compensar o aumento dos estoques.

Em palavras simplificadas, se a demanda no consumidor cai, o fornecedor tende a esvaziar os estoques na tentativa de evitar custos desnecessários com armazenamento, porém, se há aumento na demanda, o fornecedor passa a comprar em excesso à fim de supri-la e evitar o atraso de pedidos futuros.

A mudança na demanda induz as empresas a criarem estoques de segurança que passam a ser a previsão de demanda de seu fornecedor direto.

Outras causas como promoções e mal planejamento da demanda afetam diretamente as variações de preços levando clientes e fornecedores a adequarem suas compras e estoques às necessidades um do outro, o que infelizmente não ocorre em época de crise, onde cada um passa a promover seus próprios interesses em detrimento do bem comum da cadeia.

Algumas soluções inteligentes da logística à esses aspectos negativos do efeito chicote são o compartilhamento das informações de demanda do cliente final para o fornecedor, evitando que este último trabalhe apenas com as informações do último elo da cadeia, que pode não ser real, simplificando assim o gerenciamento unificado da cadeia de abastecimento e possível redução tanto do tempo do fluxo das informações, quanto do tempo de entrega dos materiais (JIT).


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Commodities

Commodity, assim como seu plural commodities, tem origem inglesa e significa "mercadoria". Esse termo geralmente é utilizado em transações comerciais de produtos primários (recursos naturais transformados em matéria prima), e exercem grande influência nos fluxos financeiros a nível global, uma vez que na economia, os produtos de base (commodities) oscilam muito podendo causar impactos significativos e grande perda ou lucro a agentes econômicos ou até mesmo em países subdesenvolvidos.

Existem quatro tipos de commodities, são eles:

Commodities agrícolas: soja, trigo, algodão, borracha, café, etc;
Commodities minerais: minério de ferro, alumínio, petróleo, ouro, níquel, prata, etc;
Commodities financeiras: títulos públicos e câmbio entre países a nível mundial;
Commodities ambientais: créditos de carbono (certificados emitidos para uma empresa que reduziu emissão de gases e poluentes).

Nosso país é um grande exemplo de produção e exportação de commodities, no entanto, se por um lado nos beneficiamos pelo comércio dessas mercadorias, por outro, nos tornamos dependentes dos preços estabelecidos internacionalmente. 

Isso é claramente demonstrado quando há oscilação na demanda. Podemos lucrar muito com a alta procura internacional, que eleva os preços, ou prejudicar os lucros das empresas e o valor de suas ações negociadas em bolsas de valores quando há baixa procura e por consequência, a desvalorização das commodities.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sistemas de Apoio à Decisão (SAD)

    A necessidade dos SAD surgiu na década de 70, em decorrência de diversos fatores, como por exemplo, a competição cada vez maior entre as organizações, necessidade de informações rápidas para auxiliar no processo de tomada de decisão, disponibilidade de tecnologias de hardware e software para armazenar e buscar rapidamente as informações, possibilidade de armazenar o conhecimento e as experiências de especialistas em bases de conhecimentos e a necessidade da TI apoiar o processo de planejamento estratégico empresarial.

    Esses fatores contribuíram para que as organizações começassem a desenvolver SI (Sistemas Integrados) que pudessem fornecer informações para auxiliar no processo de tomada de decisão.
A literatura disponível sobre SAD não deixa muito claro o que vem a ser um SAD. Existem muitas definições que são contraditórias e que podem, inclusive, ser confundidas com definições de outros tipos de SI.

Dentre as definições consultadas, temos três conceitos básicos:

1."SAD é um sistema de informação que apoia qualquer processo de tomada de decisão em áreas de planejamento estratégico, controle gerencial e controle operacional".
2."SAD é um sistema baseado em computador que auxilia o processo de tomada de decisão utilizando dados e modelos para resolver problemas não estruturados".
3."SAD é uma estratégia de implementação que torna o computador útil ao gerente".

    Analisando essas definições, algumas questões podem ser levantadas:

Um EIS, que também auxilia o processo de tomada de decisão na área de planejamento estratégico, ainda assim não é considerado um SAD. O mesmo acontece com MIS na área de controle gerencial e com EDP na área de controle operacional. Todo SI pode ser útil ao nível gerencial e, nem por isso, todo SI será um SAD. EIS, MIS e EDP podem ter funções que forneçam informações para apoio à decisão, porém, esses SI não foram construídos com o objetivo de auxiliar o processo de tomada de decisão. Quando se fala em auxiliar o processo de tomada de decisão, isso não significa somente fornecer informações para apoio à decisão, mas, também, analisar alternativas, propor soluções, pesquisar o histórico das decisões tomadas e simular situações.

    O processo de tomada de decisão se desenrola, portanto, através da interação constante do usuário com um ambiente de apoio à decisão especialmente criado para dar subsídio às decisões a serem tomadas. Esse ambiente é constituído por:

1. Bancos de Dados (BD): Formados por informações internas e externas à organização, por conhecimentos e experiências de especialistas e por informações históricas à cerca das decisões tomadas.
2. Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD): Após os dados estarem instalados no BD, o SGDB deve possibilitar o acesso às informações e a sua atualização, garantindo a segurança e a integridade do BD.
3. Ferramentas de Apoio à Decisão (FAD): Softwares que auxiliam na simulação de situações, na representação gráfica das informações, etc.
4. Ambiente Aplicativo (AA): Sistemas aplicativos ou funções acrescidas aos sistemas existentes que fazem análise de alternativas e fornecem soluções de problemas.
5. Ambiente Operacional (AO): Composto de hardwares e softwares que permitem que todos os componentes do ambiente sejam integrados.

    A todo esse ambiente, que fornece subsídios para que o usuário tome decisões, é que daremos o nome de SAD.

As principais características dos SAD são:

1.Possibilidade de desenvolvimento rápido, com a participação ativa do usuário em todo o processo;
2.Facilidade para incorporar novas ferramentas de apoio à decisão, novos aplicativos e novas informações.
3.Flexibilidade na busca e manipulação das informações;
4.Individualização e orientação para a pessoa que toma as decisões, com flexibilidade de adaptação ao estilo pessoal de tomada de decisão do usuário;
5.Real pertinência ao processo de tomada de decisão, ajudando o usuário a decidir através de subsídios relevantes;
6.Usabilidade, ou seja, facilidade para que o usuário o entenda, use e modifique de forma interativa. 

    Quando uma organização não possui sistemas de informação que auxiliem o processo de tomada de decisão, as decisões são baseadas em dados históricos e em experiências individuais. Quando existe um SAD apoiando esse processo, as informações fornecidas por ele são incorporadas aos dados históricos e experiências individuais, possibilitando melhores condições para a tomada de decisão.

    Em qualquer das situações citadas, a saída ou a mudança do usuário poderá causar grande impacto na organização. Isto acontecerá devido à perda da história de como as decisões foram tomadas. Partindo do princípio de que um SAD auxilia o processo de tomada de decisão, é importante que seus conceitos retratem a cultura da organização e façam parte integrante dela, não servindo apenas para atender às necessidades específicas de um usuário. Este é o principal motivo para que as empresas implantem SI que auxiliam o processo de tomada de decisão.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Logística Empresarial

    Apesar de toda empresa desenvolver atividades de suprimento, transporte, estocagem e distribuição de produtos, o termo "Logística Empresarial", como função integrada de uma empresa, é relativamente novo. Após esse novo conceito, as empresas passaram a observar que a logística tem potencial para agregar valor aos produtos e serviços disponibilizados aos clientes, o que é essencial para o cumprimento dos objetivos ligados ao sucesso das ações de marketing.
    
    A logística empresarial pode ser definida como o processo de compra, armazenamento e movimentação dos fluxos de produtos desde seu ponto de aquisição, até o ponto de consumo final, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável.
    
    O objetivo da logística é tornar disponíveis produtos e serviços, no tempo certo, no local certo, em condições adequadas e ao mesmo tempo, produzir a maior contribuição possível para a empresa.
  
    Com base nesse conceito, podemos identificar as seguintes atividades primárias da logística empresarial, com os respectivos valores adicionados para os clientes:

1. Gerência de estoques, que tem como objetivo agregar "tempo de qualidade” ao produto, tornando-o disponível no tempo correto, atendendo assim às necessidades de seus clientes.
2. Gerência de transportes, que agrega valor ao produto no sentido de disponibilizá-lo no local adequado aos seus clientes, através de modais escolhidos de acordo com as características e necessidades do produto.
3. Gerência de informações, que  torna possível o acompanhamento do processo de coleta, processamento e transmissão das informações  relativas aos pedidos dos clientes, internos e externos, e de todas as informações sobre produção e despacho para os clientes, à fim de torná-lo mais eficiente.
   
     A função logística compreende um conjunto de atividades que são executadas por  diversos agentes ao longo da cadeia completa de conversão da matéria-prima em produtos finais para os clientes. Essas atividades geralmente são executadas em  locais e tempos diferentes, o que aumenta muito a complexidade de sua gestão.

domingo, 2 de janeiro de 2011

O que você imagina quando o assunto é logística?

    Se quando o assunto é Logística você pensa em transporte, estoque e informação, é melhor passar a considerar o impacto que algumas mudanças têm causado ao emprego desse termo.

    Aos poucos o objeto da logística está sofrendo mudanças significativas. Esqueça transporte, estoque e informação e passe a pensar em mobilidade, disponibilidade e conectividade, termos muito mais adequados para a Economia dos Serviços e das Experiências. Os conceitos são bem mais amplos e levam em conta não só o fluxo unilateral de bens físicos, dinheiro e informação mas incorporam a bidirecionalidade dos fluxos dentro das redes sócio, técnicas, informacionais e aspectos psicológicos inclusive com o movimento de pessoas e utilidades, aspectos muito pouco considerados até hoje nas abordagens clássicas da logística, mas necessários quando a questão é entregar serviços, sensações ou conceitos.

    A inadequação da abordagem administrativa da logística, sempre muito condicionada a sua origem, é voltada apenas para a solução de problemas internos das empresas. É o conceito da chamada logística empresarial, que mesmo considerando a cadeia de suprimentos como um todo, pensa e age segundo a lógica das empresas dentro de uma visão da oferta. Todo conhecimento desenvolvido sob esse ponto de vista tem muita dificuldade para tratar questões da chamada Macro Logística, onde o coletivo predomina sobre o individual, e a gestão da demanda assume sozinha um papel tão importante quanto a gestão dos suprimentos.
     
    A segunda questão é levar em consideração a existência da logística reversa, "fluxo correto contra o fluxo que segue na contra mão", isso acontece por exemplo na área de assistência técnica, quando muitas vezes os fluxos de retorno são muito maiores e muito mais importantes que os de entrega. Outro exemplo é o da latinha de cerveja, que é resíduo para seu fabricante, mas insumo para a indústria de alumínio. O que existe, na realidade, são cadeias de suprimentos complementares dentro de redes com fluxos bidirecionais. O problema é que os conceitos da logística não foram desenvolvidos dentro de uma visão de sustentabilidade criando assim essas inadequações.